Um Espião na Fronteira
O momento é de distanciamento social, e para apoiar sua quarentena, e ainda te ajudar a visitar a Fronteira – mesmo que através da tela – nós da seção de curiosidades do Blog do Iguassu City Tour vamos deixar aqui uma curiosidade da fronteira que também serve como dica de filme para assistir em casa.
Sabe aquela sensação de visitar um ponto turístico e se sentir dentro de um filme? Pois é, muita gente tem essa sensação quando visita as Cataratas do Iguaçu pela primeira vez. E não é por acaso, as Cataratas já serviram de set para diversas produções cinematográficas que você nem imagina, e hoje, nós vamos te contar a história de uma delas…
O ano era 1977, e nos créditos finais do filme “007 – O Espião que me Amava” surgia o anúncio do próximo filme da franquia que seria lançado, no caso, “007 – Somente para Seus Olhos”. Essa era a ideia original, porém, com o sucesso estrondoso de Star Wars lançado naquele mesmo ano, a equipe de 007 se viu obrigada a mudar os planos e partir para um roteiro que abordava mais o tema que estava em alta no momento, a ficção científica.
O roteiro escolhido foi “Moonraker”, (007 Contra o Foguete da Morte, no Brasil), cujo o autor, Sir Ian Fleming já havia concebido como filme em 1954, mesmo sem ter concluído o livro de mesmo título, o que facilitou o trabalho de Christopher Wood, roteirista oficial (já que Ian Fleming que fez parte do trabalho não teve seu nome creditado como roteirista). Christopher Wood, aliás, já tinha sido o roteirista do filme anterior “007 – Espião que me Amava”.
Devido à quantidade absurda (para a época) de efeitos especiais necessários para produzir “007 – Contra o Foguete da Morte”, a estimativa de gastos com a produção ultrapassou todas as previsões possíveis e os diretores executivos do filme se viram obrigados a buscar alternativas. Uma das soluções na época, foi buscar locações fora do eixo França – Inglaterra para servir como set de filmagem. Eles também fizeram alterações drásticas no roteiro que acabou ficando bem diferente do livro de Ian Fleming.
Durante o processo de escolha das locações, um dos produtores executivos, Albert R. Broccoli, viaja para o Brasil com a família e acaba conhecendo entre outras localidades o Rio de Janeiro e a região da tríplice fronteira onde se encontra Foz do Iguaçu, o Parque Nacional do Iguaçu e as Cataratas do Iguaçu e mesmo sem um argumento pronto para o filme, decide que algumas gravações seriam feitas no Brasil. Ele, inclusive, aproveitou essa viagem para registrar imagens do carnaval carioca para serem usadas posteriormente na produção.
Em 11 de Agosto de 1978, as filmagens têm oficialmente o seu início nos estúdios Epinay, na França. Logo após o Natal de 1978, a equipe viaja de Paris com destino ao Brasil e já visando diminuir os custos, grava a chegada real de Roger Moore (o 007 da época) ao Brasil em um jato comercial supersônico Concorde para utilizar no filme. Durante a passagem pelo Brasil, a equipe foi dividida em duas, ficando uma delas responsável pelas gravações no Rio de Janeiro, onde uma das cenas mais perigosas do filme foi gravada, a luta entre James Bond e Jaws (Dentes de Aço) por cima do bondinho. A segunda equipe viajou por outras locações no Brasil gravando outras cenas.
Aqui na Tríplice Fronteira as locações utilizadas pela equipe foram o Parque Nacional do Iguaçu, pelo lado argentino, as Cataratas do Iguaçu com gravações feitas de ambos os lados, Rio Iguaçu e Rio Paraná.
James Bond nas Cataratas
Na cena gravada nas locações da Tríplice Fronteira, James Bond descobre que Drax está trabalhando numa operação chamada “Arca de Noé”. Dentro de espaçonaves, seu antagonista planeja carregar machos e fêmeas de inquestionável beleza para repovoar o mundo aniquilando em seguida o restante da população da Terra. Para impedi-lo, Bond vai procurá-lo na Selva Amazônica, onde as naves estão escondidas. A primeira etapa da “Amazônia” é filmada no Rio Iguaçu e nas Cataratas do Iguaçu, numa cena em que 007 é perseguido por Dentes de Aço.
Na cena, James Bond escapa da perseguição decolando com uma asa delta de dentro da lancha, segundos antes dela despencar nas Cataratas do Iguaçu. A lancha, aliás, foi mesmo arremessada Cataratas abaixo e, segundo relatos, seus destroços permaneceram ali por um bom tempo. Algo que não seria permitido pelos órgãos de defesa ambiental nos dias atuais.
A equipe de filmagem, e o próprio Roger Moore, ficaram hospedados no antigo Hotel Sheraton Iguazú (hoje Hotel Gran Meliá) no lado argentino do Parque Nacional do Iguaçu. Não existe relatos, nem mesmo na ficha técnica, de que a equipe de filmagem tenha atravessado a fronteira em direção ao lado brasileiro, exceto durante as filmagens feitas nos rios Iguaçu e Paraná e nas Cataratas. Já Roger Moore, aproveitou a passagem pela região e veio ao lado brasileiro conhecer Foz do Iguaçu.
Aqui na cidade, foi recebido por empresários locais, entre eles, o Sr. Laurindo Ortega, proprietário da Ortega Turismo e também do hotel que levava o mesmo nome. Em terras iguaçuenses, Roger Moore fumou charuto e tomou “uns tragos” com a elite da cidade. Como o agente 007 não estava “a serviço de vossa majestade” quando atravessou a fronteira, sua passagem por aqui ficou registrada apenas em algumas fotos e na memória dos moradores que aqui viviam na época.
Custo e Arrecadação
“Moonraker – 007 Contra o Foguete da Morte” teve um custo de produção de 34 milhões de dólares, quase o dobro do filme anterior “007 O Espião que Me Amava” e mais que o custo de produção dos seis primeiros filmes da franquia juntos. O filme arrecadou mais de 210 milhões de dólares em bilheteria ao redor do mundo.
Aproveite o momento para curtir essa produção em casa, junto à sua família. Se cuide, fique bem e assim que puder, não deixe de nos visitar. Temos muitas outras histórias como essa para te contar, à bordo do nosso Red Bus em qualquer uma das rotas oferecidas pelo Iguassu City Tour.
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Obs.: Imagens e fotos utilizadas neste texto foram retiradas de sites públicos na internet. Todos os créditos aos autores das mesmas. Se você é ou conhece o autor das imagens, informe-nos para que possamos creditá-la.