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citytour argentina virtual – Victoria Aguirre e Marta Schwarz #P03

O Redbus após visitar o La Aripuca segue em direção ao centro da cidade de Puerto Iguazu. No caminho o ônibus percorre uma avenida chamada Victoria Aguirre e passa também em frente ao único hospital da cidade chamado Martha Schwarz. Mas quem foram essas mulheres?
Com certeza foram as duas mulheres mais importantes na historia da cidade.

redbus#P3 – Victoria Aguirre e Martha Schwarz
No ano de 1901 as visitas as cataratas ainda eram raras. Pelo lado do Brasil havia uma pequena trilha na mata até o local, no entanto, as cataratas do lado brasileiro estavam dentro de uma propriedade privada. Pelo lado argentina a mata era extremamente densa, tornando o acesso impossível.

Propriedade Jesus Val (Puerto Iguazu)

Propriedade Jesus Val (Puerto Iguazu)

No entanto, era de interesse do governo argentino desenvolver o turismo na região e com a Judá da empresa naval Mihanovich, organizam a primeira viagem turística as cataratas saindo desde Buenos Aires. Vale lembrar que não havia aviões e nem estradas para chegar a essa região. Maneira mais rápida era de barco pelo Rio Paraná que depois de passar por Foz do Iguaçu vai formar em Buenos Aires o famoso Rio da Prata. Uma viagem de 02mil km e contra a corrente, ou seja, podia levar meses ate chegar a nossa região.
Em agosto de 1901 chega à região essa expedição. Entre os turistas estava uma senhora chamada Victoria Aguirre Anchorena. Após varias tentativas fracassadas pelo meio do mato pra chegar ás cataratas, a expedição retorna então a Buenos Aires sem que os turistas tenham visitado as quedas.

VictoriaAguirreAnchorena2 Victoria
Victoria Aguirre era de uma família rica de Buenos Aires. Foi poetisa, colecionadora de arte e pintora. Teve inclusive suas obras expostas na época no Teatro El Ateneo que hoje abriga a famosa livraria El Ateneo. Desde muito cedo ela foi acostumada a fazer doações a várias causas nobres e instituições como hospitais, escolas, etc.
Tendo em vista a frustração de não conhecer as cataratas, ela doa a quantia de P$3.000 ao povoado da região na fronteira, que junto a outros P$5.000 já arrecadados, tornam se suficiente para que uma estrada de terra seja aberta na mata desde o pequeno porto no rio até as Cataratas do Iguaçu do lado argentino. O dia da doação, 10 setembro de 1901, é decretado como dia da fundação da cidade, na época batizada de Puerto Aguirre em sua homenagem. A cidade em 1952 foi rebatizada de Puerto Iguazú, mas a estrada aberta que hoje é a principal avenida da cidade, preserva o nome Victoria Aguirre.

Primeira Trilha de Acesso - Cataratas Argentina

Primeira Trilha de Acesso – Cataratas Argentina

Apesar da abertura da estrada e inicio do turismo na cidade, na década de 40 Puerto Iguazú seguia como um pequeno vilarejo no meio da mata com apenas 05mil habitantes. A maior parte deles trabalhava em plantações e por isso era comum serem mordidos por cobras e a malária foi comum na vida de vários habitantes da região e causadora da maior parte dos óbitos na época. O primeiro hospital surgiu em 1947 , no entanto, contava apenas com enfermeiros.

Marta Schwarz

Mas em 1948 as coisas começam a mudar com a chegada de uma moça chamada Marta Teodoro Schwarz. Nascida em Buenos Aires em 1915 e formada em medicina pela Universidade Nacional de Córdoba com especialização em farmácia, cirurgia e pediatria. Com a sua mãe, ela muda se para Posadas primeiramente antes chegar a Puerto Iguazú. Tornado se a primeira medica‍⚕️ e mudando por completo a vida naquela cidade.Ao chegar logo se preocupou com o grande numero de casos de malária. Sem perder tempo, começou os atendimentos no hospital. Trabalhava quase 24h por dia. Andava de cavalo, cruzava os rios de canoa para Foz e Puerto Franco-Py, atendia até mesmo na madrugada se necessário. Calcula se que ajudou no parto de mais de 2mil crianças na fronteira. Solicitou e conseguiu treinamento em enfermagem na cidade de Posadas para pessoas da região da fronteira que queriam ajudar. Logo tornou se diretora do hospital e ganhou apelido de “O Anjo da Selva” . Seu trabalho foi reconhecido também pelo governo que a nomeou subsecretaria da Saúde e Ministra da Saúde Publica do estado de Misiones em 1963. Sendo a primeira e única mulher até então a exercer o cargo. Representou a Argentina e os países das três fronteiras na ONU e OEA.

Martha Schwarz em frete ao Hospital

Decidiu retirar se dos cargos públicos no final de 1963 para dedicar se apenas ao povo da região na fronteira. Após deixar o hospital, atendeu de forma gratuita numa pequena sala de sua casa que esta localizada em frente ao hospital até os dias atuais. Veio a falecer em 29 de março de 2005.
O hospital de Puerto Iguazú foi rebatizado de Marta Schwarz – A anjo da Selva.

✌️😁🚍 Bip bip

Obs.: Imagens e fotos utilizadas neste texto foram retiradas de sites públicos na internet. Todos os créditos aos autores das mesmas. Se você é ou conhece o autor das imagens, informe-nos para que possamos creditá-la.

A mãe das Cataratas do Iguaçu

Além de Naipi (a índia protagonista da lenda das Cataratas – um dia contaremos essa história por aqui), outras mulheres foram muito importantes para o nosso cartão postal. Mas para começar essa história, temos que ir para o outro lado da fronteira, mais precisamente para a capital argentina, Buenos Aires.

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No dia 13 de janeiro de 1860, nascia na cidade portenha uma menina chamada Victoria Aguirre Anchorena. Em 1900, então com 40 anos, Victoria fez parte da primeira excursão para conhecer as Cataratas do Iguaçu.

Agora, vamos imaginar o seguinte: Na época, o único meio para chegar até esta região era de navio. A viagem podia durar meses. M E S E S. Read more

O que um presidente dos EUA tem a ver com a fronteira entre Brasil e Argentina?

Quem vai ao Marco das Três Fronteiras (seja no lado brasileiro ou argentino) e vê tudo na plena paz, nem imagina o borogodó que essa fronteira enfrentou no passado!
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A treta briga começou por causa de um tratado de limites entre Brasil e Argentina, assinado em 1750, por Portugal e Espanha. Depois da Guerra do Paraguai (1870), nosso país vizinho começou a pressionar e reivindicar a terra que, conforme o documento dos países europeus, era dele por direito (ou assim era entendido).

Que terra era essa, você se pergunta?

Todo o atual sudoeste do Paraná (Francisco Beltrão, Pato Branco, Palmas) e parte do oeste de Santa Catarina. Ou seja: era bem grande.

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Como os dois países não estavam chegando a um consenso, tiraram no par ou ímpar pediram para que alguém neutro intermediasse a discussão e decidisse para quem iriam as terras.

Eis que entra em cena o presidente dos Estados Unidos, Stephen Grover Cleveland, que precisou ouvir as duas partes interessadas e dizer quem levava aquele território.

A vitória, como você já deve ter imaginado, veio para o Brasil, em 1895.

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Para homenagear o presidente, a cidade de Bela Vista de Palmas mudou seu nome para Clevelândia. Desde então, não se mexeu mais nos limites fronteiriços entre Brasil e Argentina.

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