CityTour Brasil Virtual – Antigo Porto Meira #P6
Para chegar ou sair do M3F com o Red Bus, é necessário passar por um bairro chamado de Porto Meira. É um bairro na região Sul da cidade e o mais antigo dos bairros de Foz. Foi onde praticamente a cidade começou. A principal avenida de acesso ao M3F tem o nome de General Meira. Então vamos por partes.
#P6 – Antigo Porto Meira
O porto era localizado as margens do Rio Iguaçu, bem próximo ao M3F. Era o porto alfandegário e oficial de onde saiam os barcos e balsas para o Paraguai até 1965 quando foi inaugurada a Ponte da Amizade. A cidade paraguaia era Puerto Franco. Vale dizer que existem três cidades paraguaias que fazem fronteiras com Foz: Puerto Franco, Ciudad Del Este e Hernandarias. Os barcos também seguiam para cidade de Puerto Iguazu (Puerto Aguirre antes) na Argentina até 1985 quando inauguraram a Ponte Tancredo Neves. Ou seja, eram os três portos que ligavam os países aqui da região (Meira, Franco e Iguazu).
A estrutura do antigo porto brasileiro existe até hoje, é dele que sai atualmente o passeio do Kattamaram 2 no final do dia.
Alguns contam que o nome antigo era Porto Tarascon, região da França próxima a fronteira com Suíça (que fala alemão) e Itália. Provável que foi entre décadas de 30 e 40 que aconteceu a mudança de nome. Essa mudança faz sentido.
General José Meira de Vasconcellos. Era paraibano, nascido cidade de Souza em 24 Abril 1878. Como general em 1937 ele assumi a 5° região militar, em Curitiba, responsável por todo estado do Paraná e Santa Catarina.
Ainda como major, lutou no Paraná entre 1924 e 1925, contra revoltosos paulistas que mais tarde em Foz formaram a Coluna Prestes.
Alguns anos antes do General Meira chegar a Curitiba, crescia na Europa o fascismo e nazismo. De alguma forma o governo brasileiro descobriu que haviam 76 escritórios do Partido Nazista no Brasil. Entre as autoridades preocupadas com o rumo disso tudo estava o General Meira.
Contam que ao assistir o desfile de 7 de setembro em 1937 em Curitiba após assumir o posto de comandante, General Meira ficou assustado diante da apatia da população, maioria de origem européia, como em boa parte do Sul do Brasil. Ele começou então uma campanha de nacionalização nos Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Estrangeiros passaram a ser mal vistos, principalmente italianos e alemães. Na dúvida, polonês, austríacos, húngaros e mais tarde japoneses, também foram incluídos na nacionalização.
Ao final da campanha, calcula-se que mais de duas mil escolas de imigrantes haviam sido extintas, maior parte escolas alemãs. Foz do Iguaçu no início possuía grande parte da população formada por alemães. Um alemão muito famoso era o padre Wilhelm Maria Thiletzek, que ao chegar no país mudou seu primeiro nome para Guilherme: o Monsenhor Guilherme. Durante a segunda guerra inclusive, todos os habitantes de origem alemã, japoneses e italianos foram obrigados a sair da fronteira, mudam se para Guarapuava a 380km de Foz durante esse período.
Uma cidade que começou como colônia militar para proteger a região contra estrangeiros, faz sentido ter uma das principais avenidas, o primeiro bairro, além de um antigo porto de acesso aos países vizinhos, batizados com o nome de um general nacionalista: General Meira.
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