O que um presidente dos EUA tem a ver com a fronteira entre Brasil e Argentina?
Quem vai ao Marco das Três Fronteiras (seja no lado brasileiro ou argentino) e vê tudo na plena paz, nem imagina o borogodó que essa fronteira enfrentou no passado!
A treta briga começou por causa de um tratado de limites entre Brasil e Argentina, assinado em 1750, por Portugal e Espanha. Depois da Guerra do Paraguai (1870), nosso país vizinho começou a pressionar e reivindicar a terra que, conforme o documento dos países europeus, era dele por direito (ou assim era entendido).
Que terra era essa, você se pergunta?
Todo o atual sudoeste do Paraná (Francisco Beltrão, Pato Branco, Palmas) e parte do oeste de Santa Catarina. Ou seja: era bem grande.
Como os dois países não estavam chegando a um consenso, tiraram no par ou ímpar pediram para que alguém neutro intermediasse a discussão e decidisse para quem iriam as terras.
Eis que entra em cena o presidente dos Estados Unidos, Stephen Grover Cleveland, que precisou ouvir as duas partes interessadas e dizer quem levava aquele território.
A vitória, como você já deve ter imaginado, veio para o Brasil, em 1895.
Para homenagear o presidente, a cidade de Bela Vista de Palmas mudou seu nome para Clevelândia. Desde então, não se mexeu mais nos limites fronteiriços entre Brasil e Argentina.
Uma correção necessária: o território pretendido pela Argentina não incluía todo o Sudoeste do PR, mas apenas a parte ocidental dele, limitada pelo rio Chopim.